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Vivemos tempos desafiadores do ponto de vista social, econômico e político, e discussões relacionadas aos direitos humanos, há muito necessárias, passaram ao centro da pauta.

A crise sanitária, econômica e humanitária gerada pela pandemia de Covid-19 aprofundou o cenário de desigualdades a que grupos historicamente vulneráveis sempre estiveram expostos em nosso país. Com isso, deu-nos a oportunidade de compreender o quanto marcadores sociais da diferença – como gênero, raça e orientação sexual, entre outros – interferem no acesso aos direitos fundamentais e em seu exercício pela população. Paralelamente, a pandemia despertou um senso alastrado de solidariedade e o entendimento de que uma efetiva transformação social requer a assunção coletiva de responsabilidade, comprometimento e esforços progressivos.

A pandemia despertou um senso alastrado de solidariedade e o entendimento de que uma efetiva transformação social requer a assunção coletiva de responsabilidade, comprometimento e esforços progressivos.”

Retrato de Roberto Quiroga sentado, olhando para a frente e com um leve sorriso no rosto. Ele tem os antebraços apoiados sobre uma mesa branca, com uma mão sobre a outra. Ao fundo, há uma parede branca, e ele veste camisa social azul-clara e paletó também azul, de tom mais escuro.

Para que possamos todos construir uma sociedade que seja, de fato, mais justa, plural e igualitária, é necessário atuarmos como agentes das transformações que almejamos, a fim de tornar o mundo melhor para as gerações atuais e futuras. Partindo dessa premissa, o cuidado com as pessoas e com o coletivo deve ser uma prioridade. Nessa linha, é necessário que se assegurem, na esfera social, o acesso amplo, efetivo e democrático à Justiça, a difusão do conhecimento jurídico, a defesa e o respeito aos direitos humanos. A diversidade é uma força a cujo encontro devemos ir imprescindivelmente. É preciso haver conversas difíceis e um olhar crítico sobre o passado para promovermos debates aprofundados a respeito de temas sensíveis, buscando compreender, genuinamente, como alavancar nossa contribuição, propor as soluções mais adequadas para todos e progredir. Além disso, o compromisso de devolver à sociedade o que ela nos oferece e de contribuir continuamente para seus avanços é inerente ao papel de empresas e cidadãos. Dessa forma, também é preciso buscar novas alternativas sustentáveis e soluções que contribuam com a questão ambiental, incentivando uma economia cada vez mais criativa e madura nesse sentido.

Por essas razões, ações afirmativas concernentes à Justiça, à equidade – de oportunidades e direitos – e ao desenvolvimento humano e sustentável convergem para um caminho ascendente na esfera social. Com isso, somos todos – indivíduos, empresas, Poder Público e sociedade civil organizada – chamados a agir e unir esforços para conjuntamente enfrentar as desigualdades de toda e qualquer natureza. Os conceitos de justiça e privilégio destoam completamente; enquanto sociedade, devemos ter a compreensão de que evoluir requer escolher aquela em detrimento deste. É só por meio de um engajamento cívico e coletivo que superaremos nossas manchas históricas. O conhecimento muda o mundo e a forma como o vemos.

Os conceitos de justiça e privilégio destoam completamente; enquanto sociedade, devemos ter a compreensão de que evoluir requer escolher aquela em detrimento deste. É só por meio de um engajamento cívico e coletivo que superaremos nossas manchas históricas.”

Retrato de Roberto Quiroga sentado recostado em uma cadeira. Um dos cotovelos está apoiado na mesa ao lado dele e o outro no encosto da cadeira, com as mãos uma segurando a outra diante do peito. Ele veste camisa azul-clara e paletó também azul, em tom mais escuro.

Na perspectiva corporativa, um ponto importante para que todos estejam alinhados a tais objetivos é ter uma governança estruturada, com visão global e consciente dos desafios. Com uma base sólida e uma preparação adequada, minimizam-se os impactos e a atuação pode ser mais assertiva e bem-sucedida. Além disso, no atual contexto, a responsabilidade social deve, necessariamente, assumir um protagonismo urgente nas metas das empresas. Ao apostar na pluralidade e na retenção de talentos diversos, é possível potencializar os ganhos em inovação e sucesso nos resultados, uma vez que a visão de negócio e de mundo se torna mais completa e embasada.

No posicionamento externo, o compromisso das empresas com o contexto coletivo, assim como sua forma de atuar nesse sentido, dão continuidade às boas práticas internas, sobretudo quando contribuem com a sociedade e atendem aos seus interesses e necessidades, com atenção especial para os aspectos humanos e ambientais. A promoção de hábitos organizacionais sustentáveis e o incentivo à preservação do meio ambiente também são mandatórios e inadiáveis, uma vez que dependemos de um planeta saudável e abundante para existirmos e seguirmos progredindo. Como cidadãos, nossas atitudes precisam ser conscientes e responsáveis nesse sentido.

Acredito que devemos ter em mente que a transformação social requer dedicação e compromisso de longo prazo. O objetivo de devolver à sociedade o que esta nos oferece e de contribuir continuamente para seus avanços é inerente ao papel das organizações. É preciso olhar para o futuro, sem perder de vista os esforços necessários no presente, para garantir sua prosperidade. O bem-estar coletivo deve ser prioritário; é percorrendo esse caminho que atingiremos, com assertividade e solidez, a suma excelência em todos os aspectos, com o nítido entendimento de que os direitos humanos devem estar sempre no centro de nossas decisões.

Devemos ter em mente que a transformação social requer dedicação e compromisso de longo prazo. O objetivo de devolver à sociedade o que esta nos oferece e de contribuir continuamente para seus avanços é inerente ao papel das organizações.”